O peso que fica pra trás...

Amanheceu...

As correntes que ninguém via,

pesos invisíveis que a alma carregava,

vão se desfazendo no silêncio.

Cada nó que arde, cada grito contido,

são sementes que viram vento,

e o vento que rasga o céu,

leva embora o que não serve mais.

Não é fuga, é voo —

asas feitas de escolhas,

de “não mais”, de espaço aberto,

onde o peito se expande e o passo é leve.

Solto as mãos que prendiam,

mas seguro firme o que importa:

a liberdade de ser inteiro,

sem ter que carregar o mundo nos ombros.

É a dança da alma que aprende a cair e levantar,

a se reinventar no vazio,

a se fazer inteira em cada pedaço que solta.

Voa, voa alto

que o peso fica pra trás

e o caminho é só teu.

— Diego Dittrich