
às vezes parece que eu tô aqui
apenas existindo e sonhando…
mas é por dentro que tudo acontece.
o mundo grita dentro de mim
enquanto eu só observo pela fresta da janela.
passam pássaros, pessoas, estações
e eu aqui, quieto,
vendo tudo se mover
enquanto meu peito explode em silêncio.
meus dias escapam pelas mãos
vividos pela metade,
mas sentidos demais.
e mesmo assim,
eu continuo tentando acreditar.
acreditar que esse espaço pequeno onde eu respiro
carrega um universo inteiro —
feito de memórias, dores, afetos,
flores mortas que renascem
e um coração que ainda insiste em escrever canção
com o que sobra da esperança.
tem dias que sou só isso:
esperança espremida
num corpo cansado
num coração aflito
num grito mudo.
mas eu sigo.
mesmo sem saber como.
sigo porque ainda tem algo em mim
que acredita no futuro,
mesmo que escuro.
porque eu sou feito disso:
beleza, caos
e um tanto de fé teimosa.
meu universo é reduzido, sim.
mas o que pulsa aqui dentro
não tem nome,
não tem cerca,
não tem fim.
Livremente inspirado na música “Universo Reduzido”, da Sandy. Ouça aqui.
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