Para refletir: "Você, o impossível e Deus..."

"Quando o que era difícil se torna impossível, Deus começa a agir"

Quantas vezes a vida me deu uma rasteira em que a queda foi tão grande e dolorida que achei que não eu não fosse mais me levantar! E, para piorar, ela pisoteava em cima de mim, dançava com passos fúnebres e sombrios por sobre o meu frágil corpo. Eu conseguia levantar a cabeça, ela pisava. Eu erguia um braço, ela o imobilizava. Eu tentava erguer uma perna e esta era massacrada. O chão, repleto de pedregulhos, feria meu rosto e todo o meu corpo. Ficara cego e inerte, sem ação. Preso entre o sim e o não. Indeciso entre lutar contra aquilo ou me entregar. Uma parte de mim sabia que eu não conseguiria. Mas a outra parte, oculta em algum lugar da minha alma, me convencia a enfrentar. 'Você pode! Você consegue! Lute! Eu acredito em você!', era o que essa parte oculta gritava sem parar. Eu não queria ouvir. Era mais fácil ceder àquela parte que sabia que eu não conseguiria, do que tentar acumular forças de não sei de onde para me levantar.

Decidi esperar... para morrer. Eu estava me entregando aos poucos. Podia ouvir a morte suspirar ao meu ouvido. Sua respiração lúgubre invadia minha mente, me fazendo ceder, cada vez mais, ao seu chamado. Era o fim. Não havia mais saída e eu era um fraco, por não conseguir me mover, por ceder... fraco e covarde por desistir. Mas era impossível lutar. O que era difícil até então, se tornara impossível. Estava fora do meu alcance, até mesmo, respirar.

Um forte vento ecoou por entre árvores e o som de um trovão, mais alto que o natural, estremeceu tudo ao meu redor. Ainda consegui levar as mãos aos ouvidos, tamanho estrondo que se fez. Tudo a minha volta era sugado num redemoinho confuso que não me movia do lugar. Mas por mais assustador que pudesse parecer, eu não estava com medo. Era incrível como aquele terremoto me trazia uma paz!

De repente, tudo ficou calmo. A respiração lúgubre que penetrava em meu ouvido agora era substituída pelo canto dos pássaros e pelo som de um riacho ao longe. Abri os olhos, pela primeira vez desde que caí. Estava tudo límpido e colorido. As árvores dançavam suavemente, embaladas por uma brisa leve e suave. Uma forma estranhamente branca e luminosa - quase difícil de olhar - estendera a sua mão para mim. Não tive medo e logo me segurei firme àquela mão para me levantar. As dores haviam desaparecido. Os pedregulhos que antes me feriam, agora eram um imenso tapete de grama verde e macia. Meus pés descalços se aliviavam e agradeciam ao tocar aquela grama delicada que os massageava suavemente. Finalmente, levantei os olhos para agradecer mas a forte luz ofuscava minha visão me impedindo de enxergar e vagarosamente se dissipava, parecendo ter certeza de que eu já estava bem.

Eu sabia, em meu coração, quem era aquela imensa luz que me levantou do chão. Que expulsou as dores, que me fez voltar a respirar. Quando as coisas, que eram simplesmente difíceis, haviam se tornado totalmente impossível para mim, Deus agiu. Ele me livrou da morte que queria me sugar para o abismo. A morte que sussurrava palavras malígnas ao pé do meu ouvido e me fazia quase perecer. E por mais que eu tivesse ignorado aquela parte oculta que queria que eu me levantasse, mesmo sem a força que eu achava não ter, ela se tornou inteira. Essa pequena parte, que eu fiz se tornar pequena dentro de mim, era Deus. Só agora entendi. Só agora aceitei que nada sou se Ele não me dominar por completo. PENSE NISSO!

"Ele abre sempre uma porta onde não há saída... o impossível, Ele faz acontecer..."