RESENHA DE FILME: Weekend - 2012


Título Original: Weekend
Roteiro e Direção: Andrew Haigh
Distribuidora: Festival Filmes
Ano de Lançamento: 2012
Elenco: Tom Cullen, Chris New, Jonathan Race, Kieran Hardcastle, Vauxhall Jermaine, Sarah Churm, Martin Arrowsmith, Laura Freeman, Steve Blackman e Jonathan Wright.
Sinopse: Depois de uma festa regada a álcool na casa de seus amigos heterossexuais, Russell (Tom Cullen) decide passar por uma discoteca gay. Pouco antes do local fechar, ele encontra Glen (Chris New), e o que parecia ser no início apenas um caso de uma noite torna-se algo diferente, especial e dá origem a um relacionamento. Uma história de amor pouco convencional entre dois jovens que tentam dar sentido a suas vidas.

Quando as pessoas têm conhecimento do lançamento de um filme que trata de relações homoafetivas, logo vem à cabeça delas: mais um filme feito para "enfrentar a sociedade". Mas devo dizer que engana-se quem pensa isso a respeito de Weekend, o novo longa de Andrew Haigh.

A proposta do premiado filme é bem clara. Num mundo em que a maioria dos filmes nos mostra casais heterossexuais e suas histórias açucaradas, doces demais e repleta de tragédias a fim de supostamente fortalecer o amor, eis que Andrew Haigh nos apresenta um longa diferente do que estamos acostumados a ver nas telonas. Seguindo os padrões das produções independentes e despretensiosas que focam na espontaneidade das atuações - onde o diretor parece deixar os atores à vontade para dialogarem entre si  - além, é claro, da química entre eles, Haigh também focou nas diferenças dentro de uma relação entre pessoas do mesmo sexo paralelo ao que acontece lá fora. 


Weekend
 atraiu a mídia e o público de arte e arrecadou diversos prêmios, entre eles: melhor produção no British Independent Film Award, melhor roteiro do Festival Dinard e do jornal Evening Standard, Prêmio dos Jovens em Ghent, revelação de diretor (Haigh) pelos críticos de Londres, ator (Tom Cullen), melhor filme dramático em Nashville e, ainda, os festivais gays da Tchecoslováquia, Hamburgo, LA Out Fest, San Francisco e Toronto.

A história segue a vida de Russell (Tom Cullen), um rapaz comum e discreto que trabalha como salva-vidas em uma piscina pública e mora sozinho em seu apartamento. Depois de sair de uma festa na casa de seu melhor amigo (hétero), Russell decide entrar em uma boate gay onde conhece Glen (Chris New). Os dois acordam juntos na casa de Russell e, a partir daí, fica uma clara discussão sobre a relação dos dois envolvendo sexo (não explícito, porém bastante sugestivo), suas descobertas e dilemas pessoais, o compartilhamento de experiências e, principalmente, a posição de cada um sobre o fato de se envolver de forma afetiva, já que Glen não tem pretensão de ter algo sério. Mas para Russell, o que era pra ser apenas mais um caso, acabou tomando proporções consideráveis e ele tenta resistir ao isso por saber que Glen tem viagem marcada para os Estados Unidos e não tem intenção de voltar. Durante os dois dias (um fim de semana, como sugere o título), eles têm a oportunidade de conhecer um ao outro e, mais do que isso, a oportunidade do auto-conhecimento.


Obviamente direcionado ao público gay, o filme retrata uma situação comum entre os casais "pouco convencionais", como diz a sinopse. Li um comentário de alguém que disse que "quem não é gay, vai achar chato e não vai entender nada" e isso fica claro para o espectador que espera ver mais um filme que tem  intenção de defender os direitos dos homossexuais.

O longa, por mais simples que pareça, se destaca por sua grande qualidade artística e por tratar de um assunto incomum nos filmes deste gênero. Mas os diálogos extensos dos personagens - embora sejam inteligentes e com fundamento - acabam deixando o filme cansativo e, também, não precisava salientar tanto o uso de drogas pelos dois.

Nota Final: ★★★★ (4/5) 

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